Papai Noel existe e nos deu uma entrevista! De futebol à infância sofrida do Bom Velhinho, tudo foi assunto nesta entrevista.
E para conseguir esta matéria, a Equipe do PUBNEWS teve de ficar horas de tocaia na chaminé da casa do repórter Pedro Almeida. Após tanta espera, e apesar de estar trabalhando, Noel nos recompensou com sua simpatia e carisma. Veja no que resultou este audacioso plano, aqui no PUBNEWS!
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Olá, Papai Noel! Apesar de o senhor estar trabalhando, podemos conversar um pouco?
Claro! Bater um papinho não faz mal à ninguém!
Conte um pouco sobre a sua vida. Eu nasci em Piracicaba, mas vim para São Paulo quando ainda era garotinho. Comecei a trabalhar de engraxate aos 11 anos, no Centro. Fui juntando um dinheirinho para ajudar em casa. Minha família era muito humilde. Mas aí eu cresci, e arranjei um emprego num restaurante. Com meu salário paguei minha faculdade. Me formei em engenharia e exerci a profissão durante um bom tempo. Mas sabe como é, né, depois de um tempo você fica 'velho'... Velho pro mercado de trabalho! Eu ainda estou enxuto!
(risos)E como surgiu a história de você se tornar Papai Noel? Eu trabalhei em alguns projetos como engenheiro, mas nada muito grandioso. Eu era sempre demitido, nunca parava em um emprego. Diziam que o mercado estava saturado. E o lance de me tornar Papai Noel foi meio que acidental. Eu estava desempregado e 'duro', então decidi não me barbear mais. Aí pintou uma proposta de ser Papai Noel em shopping. Encarei o desafio e fui progredindo na profissão, até chegar onde estou.
E a engenharia, vai deixar de lado? É bastante provável. Ser Papai Noel dá bem mais dinheiro. E daqui alguns anos eu me aposento e passo a me dedicar totalmente ao Sindicato Do Papais Noel. O chato vai ser encarar as filas do INSS.
(risos)Sindicato do Papais Noel? Como funciona?Na verdade, os Papais Noel são uma grande família. Uma gangue, uma máfia
(risos)... E o sindicato foi criado para lutar pela categoria dos Papais Noel, que é muito desacreditada e subestimada. Só lembram da gente quando o presente vem errado, ou pra fazer filme idiota em
Hollywood. Na hora de agüentar aquela criançada pentelha no seu colo, chorando por um presente que vale mais que o meu salário, ninguém lembra...
Você não gosta de crianças?Não! Você me entendeu mal. Veja bem, eu adoro as crianças. Eu não gosto é dos pais, que não sabem mais educar. No meu tempo era tudo mais certo. Os jovens respeitavam os mais velhos, os pais sabiam educar os filhos, não havia essa porcaria de
Google e nem a Banda Calypso.
(risos)O Coelho da Páscoa, em uma entrevista para nós, disse que também não gosta do Google. Por quê vocês detestam tanto o Google e a Internet?(risos) Ai ai, eu li essa entrevista. Adorei! O Coelho é um barato, sempre de bom humor. Vocês e ele estão de parabéns! Mas voltando ao assunto, eu concordo com o Coelho quando ele diz que nós damos um duro danado e algum bobo simplesmente escreve na
Internet que a gente não existe. É, no mínimo, revoltante.
E quanto à história de Polo Norte, renas, trenó, saco de presentes... Isso existe mesmo?(risos) Polo Norte?! Não, isso é apenas a parte folclórica do Natal. O Sindicato do Papais Noel só atuam em grandes centros urbanos, embora haja outros Papais Noel em outros lugares. Mas morar no Polo Norte em uma casa com duendes é loucura. Desde pequeno eu ouço isso e até hoje não sei da onde tiraram essa pataquada toda. Sobre as renas puxando o trenó, no começo era mentira, pura lenda. Mas hoje, fala-se muito em utilizar as tais renas, pois além de a gasolina estar muito cara, tem toda a questão do meio ambiente, de dar emprego à animais e economizar uma graninha
(risos). E os presentes a gente despacha pelo correio. A gente entrega alguns, mas dá muito trabalho, sabe?
Noel, vamos falar do cenário político e econômico mundial. A crise mundial já chegou até você?Pior é que já. Essa crise detonou o meu trabalho. As entregas cairam bastante. Mas eu torço para que todos possamos sair dessa crise mais forte do que entramos. Espero que o Obama consiga descascar o abacaxi que caiu nas mãos dele, e que no ano que vem o pessoal compre mais, porque eu preciso da graninha das comissões!
(risos)O Natal simboliza o nascimento de Jesus Cristo, e fica a pergunta: você é cristão?Sou. Sou católico não praticante. Ir à missa é muito chato. O padre não pára de falar, você tem que ficar sentando e levantando toda a hora... Prefiro ficar em casa assistindo um futebolzinho...
(risos)Já que falou em futebol, você é do tipo 'torcedor fanático'?É claro! Eu sou flamengo de coração, flamenguista roxo. Mas adoro passar o domingão assistindo ao jogo que for. Fiquei feliz pelo hexa do São Paulo, mas é óbivio que eu queria que o Mengão fosse campeão, ou fosse, no mínimo, para a Libertadores. Quem sabe ano que vem, se mexerem melhor no time, né? E, eu não posso deixar de falar duas coisas, uma: FORA DUNGA 2009! Não agüento mais esse cara só fazendo caca com a seleção!
(risos) E a outra é: toma vasco! Segunda divisão!
(risos)Papai Noel, há boatos que dizem que o senhor é gay e que não existe nem nunca existiu uma Mamãe Noel. Isso é verdade? Olha, eu sou solteiro, e sou feliz. E acho que não devia haver esse tipo de intriguinha boba por aí... Mas quanto à Mamãe Noel é verdade. Não existe e nunca existiu.
Agora uma pergunta relacionada ao Natal, você gosta do tradicional 'amigo secreto'?Eu acho essa brincadeira o máximo! No ano passado eu tirei o Pé Grande. Foi um sufoco comprar o sapato que ele pediu. No fim acabei dando um DVD do "Poderoso Chefão", que ele adora. A única coisa que eu não gosto no amigo secreto é o meu primo Eustáquio. Ele sempre esquece o presente dos outros, e quando ele dá alguma coisa é algo do tipo 'lenços', 'gravatas com desenhos cafonas' ou 'vinho barato'...
Você citou o Pé Grande; quem mais participa da brincadeira?Ah, um monte de figuras conhecidas. Eu, o Pé Grande, o Coelho da Páscoa, o Curupira, o Chupa Cabra, o Boi Tatá, a Fadinha do Dente, o Saci Perê, a Caipora... Enfim, todas essas figuras folclóricas e a parentada de todo mundo. É uma baita de uma algazarra!
(risos) A última pergunta, o que você acha do Natal?Ah, o Natal é uma festa bem legal. Não entendo o por quê da árvore de Natal, mas mesmo assim acho uma coisa bonita. Eu só fico irritado com as famosas 'caixinhas de Natal'. É todo mundo pedindo dinheiro! É um absurdo, chega uma hora em que eu perco a paciência! De o porteiro à investidor da bolsa, fica todo mundo com a tal da 'caixinha de Natal'...
Deseja mandar algum recado à alguem ou ao nosso leitor?Não.
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E a entrevista se encerra aqui, vamos deixar o Bom Velhinho terminar o seu trabalho. E à você, leitor, um Feliz Natal!
Equipe PUBNEWS